Neste post, irei fazer uma análise sobre este filme; portanto, para aqueles que não o assistiram, recomendo que não leiam, pois apresentarei acontecimentos da trama (spoilers). Para os que viram, espero que curtam esta análise.
“Inception”, traduzido como “A Origem”, é um filme do cineasta Christopher Nolan, diretor de vários filmes excelentes, como: Amnésia, Batman Begins, O Grande Truque e O Cavaleiro das Trevas.
Há 10 anos, Nolan começou a criar o universo de A Origem. Imaginou um filme onde toda a trama se passaria, principalmente, no “mundo dos sonhos”. Sem dúvida alguma, o diretor foi altamente influenciado pelo filme “Matrix”, lançado no ano de 1999; onde humanos são colocados em uma realidade virtual (a Matrix) pelas máquinas que estavam dominando o mundo. No entanto, a idéia de Nolan era fazer um universo menos apocalíptico e mais realista.
Começou assim o mundo dos sonhos de Nolan; onde haveria pessoas que criariam esses mundos (os arquitetos), os ladrões de idéias (os extratores), espionagem industrial; e conceitos que deixariam (e deixaram) espectadores de cabelos em pé.
E o que me deixou mais envolvido com o filme foi o seguinte: existem os extratores de segredos dos sonhos no universo de A Origem; no entanto, tudo o que a equipe de Dom Cobb (interpretado por Leonardo DiCaprio) quer é exatamente o contrario. Eles não querem extrair, mas sim, inserir (Inception = Inserção) uma idéia. Conceito, na minha opinião, simplesmente fantástico.
No entanto, esse filme foi bem controverso. Tinham aqueles que diziam que era excelente, e também tinham aqueles que odiaram o filme. Particularmente, achei o filme sensacional. Assisti 2 vezes no cinema e, se na primeira o filme já havia me impressionado e muito, na segunda não houve duvida alguma sobre conceitos ou certos pontos que o filme, aparentemente, deixa em aberto.
Talvez o conceito mais complicado foi o do sonho dentro de sonho (e, ainda por cima compartilhado por outras pessoas). Para os que não sabem, existe um equipamento que possibilita várias pessoas compartilharem os sonhos. Os arquitetos criam esse mundo dos sonhos, e certa pessoa o preenche com seu subconsciente. Os que desejam entrar no sonho e desvendar o subconsciente dessa pessoa, usam esse equipamento para entrarem nesse sonho com seu consciente. Difícil ??
Serei mais simples: Imaginem o caos (sonho); agora o equipamento que é usado na trama faz com que o caos seja preenchido (com o subconsciente de uma única pessoa) e controlado (pelo consciente de várias pessoas).
Pois bem, tudo deu certo. A equipe conseguiu fazer seu serviço, a inserção foi um sucesso e agora Cobb pode voltar para casa e para seus filhos. E agora entra o ponto crucial.
Como visto no filme, Cobb fez uma inserção na esposa Mal (interpretada por Marion Coutilard) quando estavam presos no mais profundo do subconsciente (o limbo), e só criando em sua esposa a idéia de que aquele mundo não era o real, poderiam sair de lá. No entanto, uma idéia é o vírus mais resistente e pode se apoderar da pessoa tornando-a completamente diferente ou destruindo-a. Isso de fato aconteceu, e sua esposa, mesmo no mundo real, cometeu suicídio, pensando que aquele não era o mundo real.
Chegando em casa, Cobb, antes de ver seus filhos, rola seu peão (o totem, objeto que possibilita a cada pessoa, diferenciar sonho de mundo real). Se ele continuasse girando ele estaria ainda em um sonho; se parasse, ele estaria no mundo real.
Então, Nolan fez o que deixou muitos expectadores impressionados, e outros, muito irritados. Nós não vimos se o peão para de girar e cai, ou continua girando.
Para mim, foi uma jogada excelente, pois o diretor fez uma inserção na mente de cada um de nós. Mas não uma inserção de uma idéia, mas de uma pergunta: Cobb está ou não realidade ? Ou, será que essa pergunta não importa ?
Para mim, acredito fielmente que ele está no mundo real; pelo fato de no sonho ele estar com a aliança de casado no dedo, enquanto no mundo real não; e no mundo real, ele está sem aliança.
Mas o interessante (e é o que realmente quero mostrar com esta análise), foi como Nolan criou uma intima ligação entre real e ilusão.Depois de ver o filme dezenas de vezes, percebi que podemos considerar que cada personagem é uma parte do subconsciente do próprio Cobb.
Ariadne é a personificação do ego de Cobb; o pai de Mal, pode ser considerado como seu desejo de liberdade; Arthur é a razão; Eames (como ele mesmo diz) é a imaginação, Saito pode ser também outro pedaço da liberdade (mais precisamente, o atalho para essa liberdade).
É claro que todos podem dizer que essas são provas de que ele está sonhando, no entanto, todos nós temos contra-pontos e pessoas que podem ser a personificação de nossas emoções mais profundas, guardadas no subconsciente de cada um. E o mais importante: Cobb deixou que seus traumas, tristezas, fúria e ódio (por ser o responsável pela inserção que destruiu sua esposa) fossem embora após Ariadne dar um tiro em Mal. Será que Ariadne também não foi responsável por uma inserção ? Uma inserção capaz de libertar Cobb ?
No fim, Dom conseguiu superar tudo o que havia acontecido no passado e conseguiu voltar para casa e para seus filhos.
Espero que tenham gostado desta análise. Logo postarei mais análises de filmes.
(Todos os direitos reservados a Warner Bros. Pictures e ao diretor Christopher Nolan)
(Todos os direitos reservados a Warner Bros. Pictures e ao diretor Christopher Nolan)
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